ACORDA NO MEIO DA NOITE
Acorda no meio da noite, como se o dia já estivesse adiantado.
Levanta-se, todos dormem.
Um silêncio sepulcral de doer os ouvidos.
Depois do leite morno com biscoitinhos, para forrar o estômago, procura a poltrona,acomoda-se e deixa o pensamento fluir.
Desloca-se para o Buritis, mais precisamente na casa dela!
Está na cozinha, onde ela convida-o para um café.
Estão sentados à mesa, conversando, se admirando e sorvendo
uma xícara de café, diga-se de passagem, o café mais amado que
já havia tomado.
A gata, sem nada querer, espreguiça-se languidamente ao seu lado.
Será que, por ser uma fêmea, cuja percepção vai além da imaginação, observa e acredita estejam enamorados? Será que aquela gatinha tão linda e preguiçosa, prevê que dali iriam se amar na cama da amada?
Em sua “viagem”, depois do café, caminham para a sala e se aconchegam à poltrona, onde se beijam o beijo quase eterno e se aquecem.
Mas nem mesmo imaginando, não teve coragem de convidá-la ao amor!
Não! Ali é seu lar! Ali é o local onde seus filhos, seus netos passeiam!
Não tinha o direito de macular seu santuário!
Mesmo com tanta vontade de amá-la ali e naquele momento, seu senso de cavalheiro falou mais alto e despedindo-se, deixa uma saudade imensa!
Se ela lhe convidasse, dissesse “me ame agora”, ele a teria amado, mas receoso em magoá-la, preferiu partir e a gata preguiçosa, olhou-o de soslaio e riu, o riso dos gatos, como a lhe criticar!
Quando deu por si, o dia começava a clarear.
Bocejou de sono e voltou para a cama onde foi sonhar realmente com ela!
Arnaldo, poetamigo. Aos 31 de janeiro de 2011, 11.30h – horário de verão
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