segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BARATA DE ALCOVA
Crônica de Arnaldo em 31.01 2011


            Despiram-se às pressas, dias sem se verem ou tocarem.
            O desejo lhes consumia a alma,o que dirá o corpo. Entraram em luta corporal, pois o amasso era com tanta vontade que parecia um campeonato de Judô.
            Deitaram e rolaram! Fizeram amor com a alma e com o corpo, nem ligando para nada, pois o mundo eram os dois.
            Recostada no travesseiro, ela, a barata de alcova,olhava perplexa aquela luta por sexo. Afinal, nunca vira nada igual.
            Quando o casal dava uma trégua, coisa raríssima, ela bebericava um gole de cerveja do copo abandonado pelos amantes.
            Recostava e voltava a presenciar aquele escândalo e já começava a se sentir excitada, mas ela, uma simples barata, como iria propor um “Ménage a trois”!
            Por certo eles não iriam aceitar. O homem parecia do tipo machista que a fêmea é somente dele e fim.
            Assistiu todo o embate, quietinha, morrendo de tesão, mas agüentou, já imaginando em casa a noite com seu Barato. O que não iria acontecer!
            E aconteceu! Os dois chegaram ao auge e tiveram seus orgasmos.
            Cansados, ofegantes, recostaram na cama, quando deram conta da pobre e excitada barata.
            Ela saia com cuidado, pé ante pé, para não ser notada, quando o brutamontes lhe dá uma chibatada com a toalha e acaba de vez com seus sonhos e desejos.
            Ainda com o pouco ar que lhe restou, ela, a barata de alcova, no estertor da morte, sussurrou o nome de seu amor!

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