quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DE CRIANÇAS E DE ORELHAS
Em famílias numerosas sempre tem aqueles filhos mais velhos destinados a tomar conta dos menores, enquanto a mãe está nas lidas domésticas.
O pai, ora, o pai está trabalhando.
E a mãe, bem, a mãe fica em casa, responde o menino ao ser perguntado pelo Mestre sobre o que os pais faziam.
Esquecem e ou não observam o quanto há por fazer em uma casa, sobretudo em famílias pertencentes à classe B ou C, num tempo em que as bolsas-família não existiam.
As mãe ralavam mesmo!!! Costuravam pra fora, faziam doces e salgados pra gurisada vender de porta em porta...
Pois bem, o fato que narro como diz o título, envolve crianças e orelhas.
No tempo em que já com cerca de 10-12 anos, era eu designada para tomar conta dos guris mais novos.
Diga-se de passagem que era uma tropinha composta por rapazes que não fogem à regra nas peraltices.
Tinhosa, com cabelos nas ventas, exigia obediência, quando se tratava de disciplina.
Ainda não perdi o tranco. Quem me conhece sabe – é uma das características do meu signo – disciplina e a exigência dela.
Pois bem, hoje em dia rimos muito nas reuniões familiares, sobretudo quando há umas cervejinhas a mais envolvidas.
Conta a lenda – “o que dizem eu não afirmo”, parodiando o Manoel de Menezes – que quando os rapazes não me obedeciam eu os trazia pela orelha e aí o clássico choro “ô, mãe, olha ela aqui, essa gata russa!”.
A mãe, “não quero conversa, faz o que ela manda”.
Diz a lenda ainda que eu os pendurava no varal para secarem após o banho, daí uns terem as orelhas grandes e de abano.
Pura vingança!!! Não acreditem!
Naquela época, nos tempos de antanho, quem não obedecesse pai e mãe, o “tira-teima”(habilidade manual do nosso pai, uma tábua toda enceradinha com o titulo citado) roncava no lombo da rapaziada.
Oi, há alguém com algum trauma aqui? Hein?
Viu? Ninguém responde, pois era o que rezava a época: no seio familiar, não havia violência gratuita e sim o corretivo na hora.
Bem, voltemos às orelhas. O fato delas serem grandes e muitas “de abano” é uma característica familiar. A genética prova. Ah, e o nariz, também.
Mas deixa pra lá. É pura maldade recordar isto agora e me acusarem de deformadora de orelhas.
O caso, senhoras e senhores, é que naquela época eu podia impor disciplina pelas orelhas, eles eram menores do que eu.
Hoje em dia, cá estou eu com os meus 1.57m e eles, bem, eles de há muito ultrapassaram os 1.75, 1.80, 1.88m e por aí vai.
Pode?
Pois é.
Mas não acreditem, não.
É tudo intriga da oposição.
Maura Soares, aos 27 de janeiro de 2011, 01.10h, madrugada, horário de verão.

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