quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

COM AS LETRAS (VI)
Com as letras do meu nome escrevo
RUA
do folclore da nossa gente
que é alegre e contente
canta as músicas de seus avós
do passado atam os nós
amando a terra com nome de Santa
RUA
dos amores
de todos os langores
dos casais de namorados
dos beijos trocados
de outros tantos roubados
à meia luz nas esquinas
onde de dia a mulher caminha pra ajudar seu homem
que quando se põe faceiro diz adeus, volto já,
e ela na ilusão pensa que amor ainda há
RUA
dos desiludidos
dos esperançosos
dos amantes dos queixosos
dos trabalhadores
dos vagabundos que roubam em um segundo a féria do mês
RUA
de calçadas tortuosas
de passeios mal arrumados
de pés quebrados
de tombos desgovernados
de iluminação precária
de trambiques de empregados
de barnabés desavisados
RUA
que exala o amor
que transpira o suor de corpos arrebatados
de casais sempre agarrados
a suspirar nas suas vielas
o amor de machos e de donzelas
e de sonhos sendo trocados
RUA....
RUA 
que está no meu nome e eu ainda insone
não sei como terminar,
mas com as letras do meu nome,
senhoras e senhores,
continuo a conjugar o verbo
AMAR.
Maura Soares, aos 26 de agosto de 2010 – 16.40h

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