HOMENAGENS

HOMENAGEM  I

Neste blog não desejo somente publicar as minhas coisas feitas, nas mais das vezes, ao calor das emoções. Há um poetamigo Arnaldo que está colaborando comigo enviando seus textos. Começo também a homenagear aqueles poetas catarinenses já falecidos e só pra começar com a letra “A”, aqui está o professor Anibal Nunes Pires que foi um professor na acepção da palavra: facilitador da aprendizagem. Anibal nasceu em Florianópolis em 09 de agosto de 1915 e faleceu em 24 de abril de 1978 e deixou, dentre outros escritos o livro “Terra fraca”. Participou do Grupo Sul que nos legou Eglê Malheiros, Salim Miguel e tantos outros autores. Em uma coluna que colaborei no Jornal Folha de Coqueiros, procurei enaltecer os nossos poetas já falecidos. Aníbal, já falecido, também prestou homenagem àqueles que contribuíram com seus sentimentos à literatura catarinense. Apreciem, pois, o soneto “Aos poetas mortos”. A primeira estrofe foi incluída no projeto “Poesia na Praça”, do Grupo de Poetas Livres, de Florianópolis, e até prova em contrário, ainda está enfeitando uma das praias do continente, no encosto de um dos seus bancos.

AOS POETAS MORTOS

(Aníbal Nunes Pires)

Não choremos nunca a morte do poeta,

Foi feliz com todas as mulheres belas.

E, eram as chamas dos beijos das donzelas

Que crepitavam em cada vela ereta

Na apoteose de quem alcançava a meta.

Flores nas paredes, flores nas janelas,

Perfume de versos, recendendo delas,

E, livrando uma alma, de sonhos repleta.

Quantas rosas e cravos de tons dispersos!

Eram versos, sim; eram bouquets de versos!

Ao redor do caixão quantos malmequeres!

Os pensamentos, na linda morte imersos,

Representavam os miosótis diversos

Como se fossem os beijos das mulheres...

[in Revista Terra, acervo IHGSC]

        [postado por Maura em 09 de fevereiro de 2011]