sábado, 16 de julho de 2011

Como prêmio aos amigos, um soneto do António (Tiago), "Rosas em verso".


ROSAS EM VERSO

Pena presa, nos dedos, firmemente,
Olhar, em ponto vago, concentrado,
Nas laudas do papel, à sua frente,
Um poema mal escrito, já esboçado.

Se o espírito adormece e fica ausente
Como, por mil duendes, embalado,
Por sonhos doutro mundo voa a mente,
Qual cavaleiro em seu corcel alado.

E se alguém se revolta, se ergue e clama,
Numa feroz censura, em voz que brama,
Na simplicidade dos seus afectos,

Só diz, abrindo a mão, erguendo o braço,
Como quem deita rosas no regaço:
- São meus versos, amigo, meus sonetos.

António José Barradas Barroso
Parede, Portugal
[In: “...antes que chegue o inverno”,pág.91]

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