SONETO À PRIMAVERA
CARMO VASCONCELOS
PRIMAVERA
Desabrochadas, minhas rosas amarelas
São doce imagem de formosa alegoria,
A me lembrar noites banhadas de euforia
E de extasiados sonhos, rútilos de estrelas!
Ao despertar, pintam-me cor n’alvas manhãs
Em que, de longe, chegam rufos de tambores
A convidar à floração castos amores
De similares seivas, prístinas irmãs!
Porém se as toca a brisa, imploram-me água perto;
O marginar de um rio que afoito corra certo
A acarinhar a terra madre que o venera!
E mais segredam minhas rosas amarelas:
Que uma Divina inspiração se serviu delas
Pra consagrar, maravilhosa, a Primavera!
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