sábado, 8 de outubro de 2011

Tenho dito à exaustão que quando morre um poeta,parte de nós vai junto com ele. Ao Licinho, minha homenagem.

Foto batida pelo celular
(ele ao meu lado na mesa diretora, em reunião do GPL)
do dia
22 de setembro de 2011

LICINHO CAMPOS
            Acordo-me, nesta manhã de 8 de outubro de 2011 , após uma noite mal dormida, com o sentimento de vazio. Vazio com a perda de mais um poeta. O poeta amigo do coração, com seu sorriso meigo, com seu jeito cumpridor dos deveres, com seus poemas sensuais, românticos, com sua declamação que encantava a todos.
            Ontem ele partiu. Deixou a amada família, deixou os amigos queridos do bairro onde morava e também onde havia trabalhado.
            Coube a mim a transmissão aos amigos do bairro Abraão, a notícia do seu passamento. As amigas gostavam muito dele e eu quando conversava com uma delas que me perguntavam por ele, dizia quando ele chegava para as reuniões: “Licinho, vai lá alegrar a mulherada que está com saudades tuas”. Ele sorria, com seu sorriso manso e dizia: “Pode deixar, primeira dama, lá estarei”. Quando podia, vinha ao bairro conversar com os amigos e alegrar com seu jeito suave as amigas Arlete, Adriana, Mary, Nely e outras que me fogem à memória.
            Aos amigos da Mercearia Ori também deixará saudades.
            Ao coração da “Primeira Dama”, como me chamava, a eterna lacuna no coração.
            Licinho não era só mais um poeta que pertencia ao Grupo. Era o companheiro que sempre atendia qualquer pedido meu, não só para dar os balancetes da tesouraria, mas em comissões de avaliação de concurso. Sempre pronto, sempre solícito.
            Neste blog já prestei homenagem a ele publicando dois poemas seus.
            Detentor de alguns troféus por sua assiduidade, foi com prazer que a ele entreguei um Troféu que havia mandado confeccionar em argila, com a figura de um poeta. Honraria bem merecida por seu trabalho, não só o administrativo, mas por suas participações em eventos do Grupo.
            Nas reuniões quando declamava seus poemas, às vezes dirigia o olhar para mim ou para Adriana Cruz, a primeira tesoureira, e fazíamos brincadeira como se aqueles poemas tão  sensuais fossem a nós dirigidos.
            “Não chores nunca a morte de um poeta, pois ele foi feliz com todas as mulheres belas” já imortalizou o poeta Aníbal Nunes Pires em seu soneto “Aos Poetas Mortos”. Licinho foi feliz com o carinho de suas “mulheres belas” e será mais uma luz no firmamento. Irá encontrar-se, com certeza, com seu amigo, nosso outro grande poeta do GPL, Ubirajara de Magalhães Barbalho, associado correspondente.  Continuarão os papos que começaram e se alegrarão com suas poesias, tenho certeza.
            Ao Licinho, a saudade dos tantos abraços que nos dávamos, da sua doçura, do seu encantamento.
            Como derradeira homenagem, transcrevo um de seus poemas publicados na Revista Ventos do Sul.

            ÉBRIOS
            Me curvo aos teus encantos soberbos
            E o lascivo vinho
            Dos teus lábios rubros bebo
            Me embriagando

            Me curvo aos desejos sorvidos
            Da vinha da paixão natura
            E entre goles bebidos
            Brindo a esta paixão tão pura

            Corpos em mormaço
            E nossas bocas como cálices
            Se confundem
            Com o tilintar dos abraços.
            LICINHO CAMPOS
            [Revista Ventos do Sul, n.35/2010]

            Um beijo no coração, meu amado Poeta.






Um comentário:

  1. Hoje a Beleza e a Arte estao mais tristes: morreu um Poeta. Obrigado, Licinho, por haver iluminado, com sua Poesia, nossa passagem pela Terra.

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