POEMA DA TARDE
Debruço-me na amurada
sem me importar com a chuva
vento frio cadeira molhada
Meus lábios absorvem os pingos
que incessantemente caem.
Sorvo a água gelada
chuva ácida? poluída?
Nada me importa
só a saudade.
Um homem quebra o guarda-chuva
pragueja larga-o no chão
sem se importar em colocar na lixeira.
Caminha apressado
levantando a gola do paletó.
Mais adiante mulher cheia de compras
com pequena sombrinha
caminha lentamente segurando embrulhos
para que não caiam.
Um carro passa e a molha.
Impropérios saem de sua boca
marcada de batom carmesim.
Atravessa a rua
e desaparece de minha observação.
O telefone toca
é ele a pedir desculpas.
As gotas agora escorrem
dos meus cabelos
embaçando a visão
felicidade?
Choro de saudade
ou os pingos da chuva?
Enfim...
Maura Soares, 25 dezembro 2011, 13.25h-verão
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