ANTROPOFAGIA
E assim, chegas
e me dominas
Em ânsias,
desmaio em teus braços
Vivemos a volúpia do amor proibido
Quem se importa?
Queremos vivê-lo intensamente
como loucos,
insanos,
débeis neste amor
que é a nossa loucura.
Como um lobo faminto
me devoras
comes minhas carnes
com teus dentes,
tua boca ávida a me sugar
e eu, inocente ou louca
me deixo ser devorada
na carne, no âmago do meu ser.
Com meus dentes também te devoro
na intenção de ter teu corpo
sempre comigo e não te deixar ir embora.
Nesta antropofagia, nos devoramos,
nos penetramos para cada qual
absorver o mais profundo
de cada um e viver imbricados
neste amor sem fim.
Maura Soares, aos 21 de dezembro de 2011, 16.55h- verão
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